2006-12-21

Simplesmente meu.....

A nostalgia da vida, uma necessidade “básica” da existência humana!
Hoje surgiu na constante tertúlia que mantenho diariamente com a minha recente amiga Patrícia Pinheiro um dos assuntos mais comuns nas nossas vidas. Falamos sobre aquela sensação de vazio que nos apanha a todos em determinado momento.
Quantos de nós nunca sentiram aquele peso morto no peito sem razão aparente ou com razões que na maior parte dos casos não passarão de simples questões ás quais damos demasiada importância, tudo no sentido de conseguirmos alguns momentos de nostalgia, de reflexão em que surgem todo o tipo de questões existenciais e outras?!
Não tenho a certeza que se trate de um processo racional ou espontâneo mas acredito piamente que se trata de uma necessidade, dado o alívio que sentimos, sempre, depois de um tempo nosso de melancolia!
Este tipo de inexplicável sentimento poderá, sem dúvida, consistir numa discreta fase de evolução psicológica e de aceitação do “Eu” de agora em detrimento do “Eu” deixado para trás, a forma como nos aceitamos e encaramos altera-se connosco sem que quase nos apercebamos disso, e talvez essa evolução do nosso próprio reflexo em nós se passe nesses momentos aos quais tiramos importância mal se extinguem!
No meu caso perdi muito do sabor desses momentos, pois sempre que, inevitavelmente, caio neles, tomo esta consciência que exprimo aqui e, enfim, acaba-se o doce “Sentir Baixinho” a que gosto de chamar: “Hibernação Humana”!

2006-12-20

E porque não……….

Porque não suprir de vida todas as horas
Ao caminhar pesado em cada laje
Pela frieza que exala de pernas cansadas
E pela persistência que até à morte reage!

Um cento de lágrimas, perdidas
Não seriam, por certo,
Se ao cento das salgadas
Juntássemos doces bem perto!

Tu e eu, num agridoce
Bem planeado nesta quietude
Que de tão abalada que fosse
Seria perdida por quem a mude!

Oh! Por tamanhas pegadas
Um caminhar louco e incessante
Por saber suas e amadas
As caminhadas de Errante!

2006-12-15

"O meu 5º Elemento!"

Hoje é mais um dia de aceitação do repto que lancei a mim mesmo: “Conquistar uma serenidade interior capaz de me dar mais clareza de pensamento e até vivência!”. Desenganem-se os que associam isto a qualquer corrente religiosa ou filosófica, considerem-no, antes, uma necessidade e experiência pessoais sem quaisquer compromissos, excepto comigo próprio!
A verdade é que a busca começa primeiramente com o desvendar do caminho a traçar para esse fim… … …
Certo me pareceu, então, que a relações são a base do equilíbrio e do desequilíbrio, eles próprios relações por si só, posto isto pareceu-me que esse era o caminho a tomar.
De que relações depende o ser humano, maioritariamente?
Inevitavelmente das relações sociais com os “Outros”! E são, no meu caso, essas as relações que bloqueiam ou sublimam os estados de serenidade!
Seria, então, esse o exercício fundamental para atingir uma serenidade psicológica, física e energética: Reduzirmos ao mínimo o atrito e desgaste que as relações diárias nos trazem e elevar o sentido de compreensão a níveis capazes anular esses atritos e até reverter as consciências opositoras?
Sim! No meu caso, é este o caminho, pois as experiências que tenho vindo a ter, por força da minha vontade, têm-me dito que o melhor caminho para compreender e resolver um conflito ou situação opressora é abandonar a nossa visão da questão, embora nunca a nossa consciência, e analisa-la segundo a perspectiva do nosso interlocutor ou interactor! E o mais fascinante é que nos permite compreender melhor o seu universo assimilador tornando mais sábia a forma de lhe incutir os ideais que queremos transmitir, caso não se verifique uma mudança de opinião com este esclarecimento mais próprio, claro!
O que é certo é que tenho, cada vez mais, tentado fazê-lo e tenho sentido que a minha relação com os outros tem resultado de uma forma mais amena e facilmente coexistente, tanto que se reflecte, até, na forma como me compreendo a mim mesmo, não fossemos nós parte e reflexo do meio onde vivemos!!!!!

2006-12-14

Menina de teus Olhos!

De que forma nesse olhar?
De que sede de visão, ou falta dela?
Como sentir esse sentido latejar...
E o que temer sem perdê-la?!
Essa luz!
Esse tempo em brilho...
Em tal lagoa negra...menina arredia
Que seguindo, flutua, correndo seu trilho.
Como alcança-la pela aurora?
Se em alvorada se faz Ser
Pela intensidade com que olha
Pelo poder de me fazer tremer
!

2006-12-13

"Nestes dias sem fim"

Talvez por mim, ou talvez por nós
Sobrada sombra no caminhar cessante
de uma luz fundindo por concorrer com a voz
Dos dias vazios pousados na estante.

Seguros que estão os dias que conto
não temo contar ainda os vindouros
numa pressa mais calma que este confronto,
e que esta soberba por todos os ouros!

Porque a luz na manhã me mostra
o que de real, à frente, me tráz:
Uma escuridão que fecha como ostra
p'ra guardar as pérolas que são os amanhãs!